Quem Deve Escolher a Escola do Seu Filho

QUEM DEVE ESCOLHER A ESCOLA DO SEU FILHO?

Escolher a escola onde seu filho vai estudar é uma decisão crucial que vai muito além de simples preferências. Embora o papel da criança nesse processo possa ser importante, a decisão final precisa ser tomada pelos pais, pois envolve aspectos que vão além da percepção imediata da criança, como logística, alinhamento de valores familiares e o perfil pedagógico da instituição.

Por que a decisão não deve ser exclusivamente do filho?

Quando os pais permitem que os filhos escolham a escola sem uma análise mais profunda, podem acabar reforçando comportamentos inadequados. Se a criança não alcançou os resultados esperados no ano anterior, como no caso de uma reprovação, é essencial que ela compreenda as consequências de suas ações e decisões. Isso não significa punição severa, mas sim o aprendizado de que esforço e responsabilidades têm impacto direto em oportunidades futuras.

Exemplos de decisões mal gerenciadas

  • Após reprovar, o aluno vai à Disney como se nada tivesse acontecido.
  • Escolhe uma nova escola, mas decide sair após alguns meses por achá-la “chata”.
  • Muda de escola várias vezes, sem refletir sobre as razões de suas insatisfações.

Esses comportamentos podem gerar adultos que esperam conquistas sem esforço, com dificuldade em lidar com frustrações e responsabilidades. Portanto, é essencial que a escolha da escola reflita a autoridade e orientação dos pais.

Os papéis no processo de escolha

Inspirado no conceito de Philip Kotler sobre os cinco papéis no processo de decisão de compra, é possível dividir as responsabilidades de pais e filhos na escolha da escola:

  1. Iniciador: Os pais identificam a necessidade de matricular ou trocar o filho de escola.
  2. Influenciador: A criança pode opinar sobre preferências, mas sem tomar a decisão final. Outras influências também podem ser consideradas, como profissionais da área de educação.
  3. Decisor: Cabe aos pais tomar a decisão final com base em análises objetivas e alinhadas aos valores familiares.
  4. Comprador: Geralmente, os pais ou responsáveis financeiros.
  5. Usuário: A criança, que usufruirá da experiência na escola escolhida.

Como mensagens equivocadas podem prejudicar a educação

Quando os papéis são invertidos e as crianças assumem responsabilidades que não são delas, os pais passam mensagens confusas. Essa inversão pode levar a um sentimento de centralidade na criança, algo que o educador Içami Tiba alerta como perigoso: “O filho não pode ser a razão de viver de um casal. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo”.

Consequências de uma escolha mal administrada

Permitir que o filho tome decisões importantes, como a escolha da escola, sem critérios claros, pode comprometer sua percepção de limites e responsabilidades. Isso não significa excluir a criança do processo, mas sim deixá-la no papel de influenciador, enquanto os pais, com maturidade e experiência, assumem a responsabilidade de decidir.

Conclusão

Escolher a escola é um processo que deve envolver análise cuidadosa, considerando fatores como metodologia de ensino, valores familiares e necessidades específicas do aluno. Os pais devem guiar e decidir, garantindo que a criança participe de forma adequada ao seu nível de maturidade. Assim, ela entenderá a importância de responsabilidades e limites, preparando-se melhor para os desafios da vida adulta.

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