SEU FILHO ESTÁ COM NOTA BAIXA? A CULPA (TAMBÉM) É SUA

Se seu filho está enfrentando dificuldades na escola, a resposta não está apenas no boletim dele, mas também nas dinâmicas familiares. Jogar a culpa no seu ex-marido, na sua ex-mulher, ou até no sistema escolar é uma solução fácil, mas raramente eficaz. A verdade é que, independentemente da relação matrimonial, a responsabilidade pelo desempenho escolar das crianças recai sobre os três agentes principais: pai, mãe e filho.

Infelizmente, o que vemos com frequência é a tentativa de encontrar culpados externos para justificar as notas baixas. Pais separados costumam dizer frases como: “Eu tento, mas na casa do pai/mãe ele faz o dever de casa vendo televisão, ninguém controla!”. No entanto, essa situação não é exclusiva de famílias divorciadas. Até mesmo casais que moram juntos enfrentam desafios similares.

Como a dinâmica familiar afeta o desempenho escolar?

1. A criança entende as divergências dos pais
   Crianças são extremamente perceptivas. Elas rapidamente captam quando os pais discordam em relação à educação e aproveitam essas brechas para fazer o que querem. Isso pode levar à falta de disciplina e ao desinteresse pelas responsabilidades escolares.
2. Falta de alinhamento entre os pais
   Uma relação familiar saudável exige que os pais atuem em sintonia, mesmo com diferenças de opinião. Discordâncias devem ser discutidas em particular, nunca na frente dos filhos. Uma postura unificada ajuda a criança a compreender que existem regras claras e consistentes.
3. A importância de combinar o jogo antes
   Temas como dever de casa, notas baixas e até viagens durante períodos de recuperação devem ser discutidos previamente entre os pais. Ao estabelecer um acordo, fica mais fácil transmitir uma mensagem clara à criança, sem confundir ou enfraquecer a autoridade parental.
4. Os Impactos das discussões na frente dos filhos
   Discussões abertas, especialmente quando um dos pais toma decisões desconsiderando o outro, criam um ambiente de desordem. A falta de regras claras e consistentes pode levar à desobediência e ao baixo desempenho escolar. É essencial lembrar que o comportamento do filho frequentemente reflete o estado da relação familiar.

Os desafios de dizer não

Negar algo a um filho, ou impor regras, é muitas vezes mais difícil do que ceder a todas as vontades dele. Muitos pais, após passarem longas horas fora de casa, preferem não contradizer os filhos para evitar conflitos. No entanto, como ensina o psiquiatra Içami Tiba: “Quem ama, educa”. Amar é, acima de tudo, dar limites e estruturar um ambiente que favoreça o desenvolvimento da criança.

Como resolver conflitos e melhorar a dinâmica familiar

• Priorize o interesse da criança: Deixe de lado o ego e pense no bem-estar do seu filho. Ele precisa de estabilidade, limites claros e apoio para prosperar.
• Procure alinhamento parental: Independentemente do estado da relação entre os pais, é fundamental atuar em conjunto na educação do filho.
• Busque ajuda profissional: Se a comunicação entre os pais está difícil, um terapeuta com abordagem sistêmica pode ser um mediador eficiente. Ele ajudará a alinhar estratégias educativas e a melhorar a dinâmica familiar.

A responsabilidade é coletiva

Por fim, é importante reconhecer que o desempenho escolar do seu filho é um reflexo não apenas do esforço dele, mas também do ambiente que o cerca. Mais do que encontrar culpados, é hora de se unir, alinhar estratégias e garantir que ele tenha o suporte necessário para superar as dificuldades. Afinal, educação é uma jornada compartilhada, e o sucesso da criança depende da colaboração de todos os envolvidos.