SEU FILHO TIRA NOTAS BAIXAS? O CELULAR PODE SER O VILÃO
Em uma sociedade cada vez mais conectada, é comum que os celulares estejam presentes em todos os momentos da rotina, incluindo nos estudos. Contudo, o uso indiscriminado desses dispositivos pode ser um dos principais fatores para o baixo desempenho escolar. É hora de repensar como o uso do celular afeta a vida acadêmica dos jovens.
Multitarefa: Um mito prejudicial
Os jovens da Geração Z frequentemente argumentam que conseguem estudar enquanto usam o celular, autoproclamando-se “multitasking”. No entanto, estudos científicos contestam essa crença. Pesquisas revisadas por Cyntia Bailer e Léda Maria Braga Tomitch indicam que realizar múltiplas tarefas simultaneamente reduz o desempenho em todas elas. Isso acontece porque dividir a atenção entre atividades, como estudar e responder mensagens no WhatsApp, exige mais recursos cognitivos, sobrecarregando o cérebro.
Ao contrário do que se imagina, essa prática não melhora a eficiência. Pelo contrário, provoca falhas na concentração e compromete o aprendizado. O resultado? Notas baixas e dificuldade em reter informações.
Impactos emocionais do uso excessivo do celular
Além do impacto no desempenho acadêmico, o uso excessivo do celular também afeta o desenvolvimento emocional. A psicóloga Maria Raquel Gonçalves de Araújo alerta que a constante necessidade de estar conectado pode gerar ansiedade, angústia e até depressão. Estar sempre disponível nas redes sociais ou aplicativos de mensagens priva os jovens de vivências essenciais, como trocas reais de afeto e convivência humana.
Segundo a psicóloga, é no contato humano que construímos relacionamentos sólidos e significativos. Trocar olhares, compartilhar sentimentos e demonstrar afeto são práticas insubstituíveis que o mundo virtual não pode oferecer.
O papel dos pais na gestão do uso do celular
Como pais, é imprescindível estabelecer limites para o uso do celular. Isso inclui não apenas ditar regras, mas também dar o exemplo. A psicóloga Lucinéia Chaves ressalta que a maneira como as crianças interpretam o mundo está intimamente ligada ao cuidado e atenção que recebem durante a infância. Ignorar momentos em família para checar o celular transmite a mensagem de que a tecnologia é mais importante do que as conexões humanas.
Pais presentes e atentos ensinam seus filhos a valorizarem o contato real. Isso significa deixar o celular de lado durante as refeições, brincadeiras ou qualquer momento de interação. Assim, os jovens aprendem a equilibrar o uso da tecnologia com a vida off-line.
Como reduzir o impacto do celular nos estudos?
- Estabeleça horários definidos para o uso do celular
Determine momentos específicos para o uso da tecnologia e priorize o tempo de estudo sem interrupções. - Crie um ambiente de estudo livre de distrações
Durante o horário de estudo, mantenha o celular em outro cômodo ou em modo silencioso. - Implemente técnicas de foco
Métodos como a técnica Pomodoro, que alterna períodos de concentração e pausas curtas, podem ajudar a manter a atenção. - Participe ativamente da rotina escolar
Pergunte sobre as dificuldades escolares, ajude nos deveres e mostre interesse genuíno pelo desempenho acadêmico. - Seja exemplo
Mostre que é possível desconectar-se para valorizar momentos em família e atividades importantes.
O valor do contato real
É fundamental que pais e filhos compreendam que o celular, embora uma ferramenta poderosa, não pode substituir o afeto, o cuidado e as interações reais. Momentos de qualidade em família, sem distrações tecnológicas, são essenciais para o desenvolvimento emocional e acadêmico das crianças.
Reflita: o celular está ajudando ou prejudicando seu filho? Ao priorizar o uso consciente da tecnologia, você contribui para que ele alcance o sucesso escolar e tenha uma vida emocional mais equilibrada. Afinal, o papel dos pais vai além de educar — é cuidar, amar e ser exemplo.