Dirigindo o Fusca pela História
O Fusca foi durante muito tempo o carro mais popular do Brasil e, talvez, até mesmo de todo o mundo. Idealizado na Alemanha nazista com o objetivo de ser um carro acessível às camadas de menor renda da sociedade alemã, além de ser pequeno e de fácil manutenção, o Fusca sobreviveu à queda do III Reich, passando a rodar em ruas e estradas de boa parte do mundo.
No Brasil, foi inaugurada em 1959, a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, onde o Fusca passou a ser produzido em grande escala. O Fusca foi a principal mercadoria produzida pela indústria automobilística brasileira entre 1950 e 1980, e o início de sua fabricação no Brasil nos permite compreender o processo de industrialização promovido pelo governo de Juscelino Kubitschek, na segunda metade da década de 1950.
É importante analisar as medidas econômicas de JK, como o plano de metas e o lema “50 anos em 5”, o presidente do Brasil à época pretendia impulsionar o desenvolvimento econômico e industrial do país, tendo por um de seus pilares a indústria automobilística.
Com a implantação de uma planta industrial automobilística, o Brasil deixava de importar parte dos veículos de que necessitava, passando a produzi-los em solo nacional. Entretanto, em virtude da falta de tecnologia e de capitais necessários aos investimentos, a implantação dessa planta industrial somente se tornou possível com uma ligação com capitais estrangeiros, o que, no caso do Fusca e da Volkswagen, ligava o Brasil aos investidores alemães.
As consequências desses projetos foi a intensificação da industrialização e modernização do país, já que para produzir os automóveis, era necessária também toda outra série de atividades econômicas complementares. A segunda foi a integração do Brasil em cadeias produtivas internacionais, resultando ainda na dependência em tecnologia e no aumento da dívida externa.
O fusca ainda está ligado a outros presidentes do Brasil. Com isso, é possível inserir em outros contextos históricos a ligação de presidentes com a indústria automobilística no país, como o caso de Itamar Franco no anos 90.
Autor: Eduardo Guará